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Diabetes e alimentação: como a dieta pode ajudar no controle da doença

  • Foto do escritor: Carla Carvalho de Aquino
    Carla Carvalho de Aquino
  • 5 de mai. de 2023
  • 6 min de leitura


O diabetes é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Uma das formas de controlar essa doença é através de uma alimentação saudável e equilibrada.


Neste artigo, vamos discutir como a dieta pode ajudar no controle do diabetes, além de fornecer informações adicionais para que os diabéticos possam lidar com a doença de forma mais eficiente.


Tipos de Carboidratos e sua Influência na Glicemia


Os carboidratos são um dos principais nutrientes que o corpo humano precisa para funcionar corretamente. Eles são a principal fonte de energia para o organismo e estão presentes em diversos alimentos como pães, massas, arroz, frutas, legumes e açúcares.


Existem dois tipos de carboidratos: os simples e os complexos.


Os carboidratos simples são constituídos por moléculas menores, que são rapidamente absorvidas pelo organismo e aumentam rapidamente o nível de açúcar no sangue.


Já os carboidratos complexos são constituídos por moléculas maiores, que são absorvidas mais lentamente e ajudam a manter o nível de açúcar no sangue estável.


Os carboidratos simples são encontrados em alimentos como açúcar refinado, refrigerantes, doces, bolos e pães brancos. Eles são considerados como "calorias vazias", pois não possuem outros nutrientes importantes para o organismo, como vitaminas, fibras e minerais.


Além disso, o consumo excessivo de carboidratos simples pode levar a um aumento rápido do nível de açúcar no sangue, o que é especialmente perigoso para pessoas com diabetes.


Já os carboidratos complexos estão presentes em alimentos como arroz integral, pão integral, legumes e frutas. Eles são considerados como "carboidratos bons", pois são ricos em nutrientes importantes, como vitaminas, fibras e minerais.


Além disso, por serem absorvidos mais lentamente pelo organismo, ajudam a manter o nível de açúcar no sangue estável, o que é fundamental para o controle da glicemia em pessoas com diabetes.


Contagem de Carboidratos


A Contagem de Carboidratos é um método eficaz para auxiliar quem tem diabetes tipo 1 no cálculo da quantidade de insulina que é necessário aplicar.


A Contagem é dividida em duas partes:


1. RIC: Relação Insulina x Carboidratos

É a quantidade de insulina que é necessário tomar para a quantidade de carboidratos que você vai ingerir.

Por exemplo, quantas unidades de insulina tomar para cada 10g de carboidrato que você come?


2. Sensibilidade a Insulina

É a quantidade de insulina que é necessário tomar para baixar sua glicemia para o alvo.

Por exemplo, quantas unidades de insulina tomar para baixar de 280 para 110 a sua glicemia?


Explicando assim parece muito fácil, mas na prática a ajuda de um Nutricionista ou Médico pode ser essencial para não cometer erros, já que tanto a RIC quanto a Sensibilidade é única para cada pessoa, ou seja, os cálculos são individualizados.


Além disso, os cálculos podem variar ao longo do dia… ou seja, você pode ser mais sensível a insulina de manhã do que de noite… e isso vai alterar os seus cálculos.


Neste artigo não vou entrar em detalhes desse cálculo, minha intenção é apenas reforçar que você conheça este método essencial para o controle ideal da sua glicemia.


Mas você pode encontrar tudo em detalhes sobre a contagem de Carboidratos neste manual disponibilizado pela SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes): https://diabetes.org.br/wp-content/uploads/2021/05/manual-de-contagem-de-carbo.pdf


Índice Glicêmico x Carga Glicêmica


O índice glicêmico e a carga glicêmica são conceitos importantes a serem considerados para o controle do diabetes através da alimentação. O índice glicêmico é um valor numérico que indica a rapidez com que um carboidrato presente em um alimento é absorvido e transformado em glicose no sangue.


Alimentos com alto índice glicêmico são rapidamente absorvidos, elevando rapidamente a glicemia, enquanto alimentos com baixo índice glicêmico são absorvidos de forma mais gradual, resultando em uma elevação mais lenta e gradual da glicemia.


A carga glicêmica, por sua vez, leva em consideração não apenas o índice glicêmico, mas também a quantidade de carboidratos presente no alimento. Alimentos com alta carga glicêmica elevam a glicemia rapidamente e por um período mais longo, enquanto alimentos com baixa carga glicêmica elevam a glicemia de forma mais controlada.


Alguns exemplos de alimentos com alto índice glicêmico e alta carga glicêmica são:

  • Pão branco, Batata, Arroz branco, Macarrão, Mel, Doces em geral, Refrigerantes, Sucos de frutas industrializados

Alguns exemplos de alimentos com baixo índice glicêmico e baixa carga glicêmica são:

  • Feijão, Lentilha, Grão-de-bico, Aveia, Cereais integrais, Maçã, Pêra, Pêssego, Ameixa, Leite e iogurte desnatados

Existem alguns alimentos como a melancia, que possui um índice glicêmico moderado a alto, mas uma carga glicêmica baixa. Ou seja, embora possa aumentar rapidamente a glicemia, a quantidade de carboidratos é relativamente baixa, o que faz com que seu impacto na glicemia seja menor do que em alimentos com alta carga glicêmica e alto índice glicêmico.


Alguns outros exemplos de alimentos que possuem índice glicêmico moderado a alto, mas carga glicêmica baixa são:

  • Abóbora, Beterraba, Cenoura, Milho, Manga, Melão, Batata-doce


É importante ressaltar que a definição de um item ter alto índice/carga glicêmica não tem relação direta com o alimento ser um carboidrato simples - por exemplo, o arroz que tem alto índice glicêmico, alta carga glicêmica e é um carboidrato complexo.


A importância do controle das porções


Além de escolher os alimentos certos, é importante controlar as porções. Comer porções excessivas pode levar a um aumento no nível de açúcar no sangue.


Uma boa dica é usar pratos menores e dividir as refeições em porções menores e mais frequentes ao longo do dia. Isso ajuda a manter o nível de açúcar no sangue estável e evita picos de glicemia.



A dieta como parte do tratamento do diabetes


A dieta é apenas uma parte do tratamento do diabetes. Além de uma alimentação saudável, é importante praticar atividade física regularmente e monitorar regularmente o nível de açúcar no sangue.


O tratamento do diabetes deve ser individualizado e orientado por um profissional de saúde. No entanto, a alimentação é uma das partes mais importantes do tratamento, pois é algo que o paciente pode controlar diretamente.


Dicas para uma dieta saudável e equilibrada


Além de evitar alimentos ricos em carboidratos simples e controlar as porções, existem outras dicas para uma dieta saudável e equilibrada para quem tem diabetes. Confira algumas delas:


1. Pratique a Contagem de carboidratos


A Contagem de Carboidratos é o método básico que precisa ser associado a escolha de Carboidratos Complexos de Baixo Índice Glicêmico e Baixa Carga Glicêmica.


No entanto, a Contagem de Carboidratos é uma ferramenta que dá a quem tem diabetes tipo 1 a flexibilidade de comer de tudo, inclusive eventuais doces, mantendo a glicemia sob controle.


Bom senso e alimentação consciente é a chave para a prática da Contagem eficaz.


2. Consuma gorduras saudáveis


Existem dois tipos principais de gorduras: saturadas e insaturadas. As gorduras saturadas, encontradas principalmente em alimentos de origem animal, como carnes gordas e laticínios integrais, são consideradas menos saudáveis e devem ser consumidas com moderação.


Já as gorduras insaturadas, encontradas em alimentos como peixes, abacates e oleaginosas, são consideradas mais saudáveis e podem trazer benefícios para a saúde.


Essas gorduras ajudam a reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL), além de proteger o coração e reduzir o risco de doenças cardiovasculares.


Algumas gorduras são benéficas para quem tem diabetes, como as encontradas em peixes, abacate e nozes.


Além disso, as gorduras saudáveis também ajudam a manter a sensação de saciedade e podem ajudar a controlar o apetite.


3. Evite bebidas açucaradas


Refrigerantes, sucos de frutas (com ou sem açúcar) e outras bebidas açucaradas devem ser evitados, pois aumentam rapidamente o nível de açúcar no sangue. Prefira água, chás ou em último caso, refrigerantes sem açúcar adicionado.


Além disso, é importante lembrar que bebidas alcoólicas também podem afetar o nível de açúcar no sangue e devem ser consumidas com moderação.


4. Inclua alimentos ricos em vitaminas e minerais


Alimentos como frutas, verduras e legumes são ricos em vitaminas e minerais, importantes para a manutenção da saúde e prevenção de complicações do diabetes.


Além disso, esses alimentos também são ricos em fibras e podem ajudar a manter o nível de açúcar no sangue estável.


5. Procure um nutricionista


É importante lembrar que cada caso de diabetes é único e deve ser tratado de forma individualizada. Por isso, é importante procurar um nutricionista, que pode ajudar a montar uma dieta específica para cada paciente, levando em consideração suas necessidades e preferências alimentares.


O nutricionista também pode ajudar a monitorar o progresso do paciente e fazer ajustes na dieta, se necessário.



Por fim, a alimentação não pode ser um tabu na vida de ninguém, além de ser fonte de nutrição também é considerada uma fonte de prazer e socialização.


Ter o conhecimento de todas as informações deste artigo com certeza vai te ajudar a ter uma vida com muito mais qualidade e prazer sem culpa no dia a dia!


Espero que este artigo tenha te ajudado a entender um pouco melhor alguns dos principais conceitos que passam a fazer parte da vida de quem tem diabetes!

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